quarta-feira, 6 de abril de 2011

Jonas Paulo: “Nossa vitória desestruturou o carlismo”

Entrevista concedida ao Pura Política (13/04/2010)

Pura Política – Como está sua segunda gestão à frente do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia?
Jonas Paulo – Tanto na presidência quanto no diretório saímos de uma eleição importante, em que fui honrado com 73% dos votos. Essa eleição do PT bateu recorde de participantes tanto na Bahia quanto no Brasil. Estruturamos a nova direção e entramos um pouco ‘no olho do furacão’, isso para discutir coligações, composições de chapa e programas de governo. Além disso, fizemos um grande seminário de setoriais e realizamos eleições para cada um, tais como: setorial de cultura, sindical, LGBT, meio ambiente, comunicação e portadores de deficiência. Agora realizaremos o encontro estadual do partido em que vamos tomar decisões definitivas para o processo eleitoral de 2010 aqui na Bahia.



Pura Política – Você considera que a ex ministra Dilma Rousseff foi a melhor escolha do presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores para a presidência da República? Por quê?
Jonas Paulo A ex ministra Dilma deu demonstrações de competência à frente tanto do ministério das Minas e Energia quanto da Casa Civil. Os programas mais emblemáticos do governo do presidente Lula tiveram as digitais da então ministra Dilma, entre eles o Luz para Todos, o fortalecimento da Petrobras e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), algo que revolucionou o país e foi fundamental no momento da crise internacional. Ao mesmo tempo, pelo fato de o PT ser um partido ousado, que colocou um operário para ser presidente e agora quer colocar uma mulher para dirigir os destinos da nação.

Pura Política – Jonas você acredita que Ciro Gomes e Marina Silva possam tirar votos de Dilma?
Jonas Paulo – O país tem clareza de que devemos disputar dois projetos e o mundo está atento a essa disputa do Brasil. Um é o que ainda agoniza no planeta que é o projeto neoliberal, o qual teve uma derrocada profunda com essa crise de 2009, pois preza a desregulamentação da economia, a privatização e a iniciação subordinada aos órgãos internacionais, que é o modelo de administração demo-tucano, o qual imperou na década passada no Brasil. E o outro é o modelo que o presidente Lula está seguindo, que é fomentar a afirmação do papel do Estado como indutor da economia e redutor das desigualdades sociais e regionais, com investimentos em infraestrutura e um grande programa de inserção social. Então, ao que tudo indica, teremos uma eleição polarizada: o nosso projeto contra o projeto demo-tucano.

Pura Política – É a primeira vez que o PT vai disputar a presidência sem que o candidato seja Lula. Vocês estão sentindo alguma dificuldade por conta disso?
Jonas Paulo – Não vamos negar que Lula é um ícone. Ele é uma liderança mundial. Mas, justamente a identidade de Lula com o projeto, indissociável do PT, faz com que a candidatura da ex ministra Dilma tenha a expressão desse projeto na disputa. As pesquisas indicam que ela está tecnicamente empatada com o outro principal candidato que já foi ministro, prefeito e é governador de Estado. Isso mostra a vitalidade do projeto e a identificação do povo brasileiro com Dilma.

Pura Política – Agora vamos falar sobre o cenário político estadual. Como você avalia a gestão de Jaques Wagner, principalmente agora que ele se aproxima de uma candidatura à reeleição para governar a Bahia?
Jonas Paulo – Em primeiro lugar a vitória de Jaques Wagner representou o fim de um ciclo autoritário no estado da Bahia, logicamente a inauguração de um novo momento de democracia e liberdade, algo que não acontecia há 40 anos. Voltou-se a trabalhar um novo projeto de desenvolvimento articulado e sintonizado com o projeto nacional, com a ferrovia oeste-leste, o gasene, a recuperação dos portos, a recuperação da malha viária do estado, entre outras coisas.  Houve um avanço muito grande que dá ao governador a possibilidade de se candidatar à reeleição, inclusive pelo alto índice de aceitação e por estar em primeiro lugar nas pesquisas.

Pura Política – Jonas, com a saída do PMDB da base aliada ao governo da Bahia houve a necessidade de se buscar outros aliados. Com isso, figuras históricas do carlismo como o deputado Fernando de Fabinho, por exemplo, se aliaram ao PT. Você acha que isso está sendo positivo?
Jonas Paulo – Olha, uma coisa é clara: nossa vitória desestruturou o carlismo. Apesar disso tem gente em outras legendas querendo reinventá-lo (risos). Como as forças que dominaram esse estado por mais 40 anos se desfizeram algumas pessoas vieram somar conosco, mas é obvio que os princípios norteadores da ação somos nós quem damos. A força política que anima e alimenta esse novo projeto é do Partido dos Trabalhadores e seus aliados históricos da esquerda.

Pura Política – O presidente Lula e a ex ministra Dilma já anunciaram que não vão subir em palanques nos estados em que vão ter dois candidatos ao governo que são de partidos aliados no plano nacional, como é o caso da Bahia com Jaques Wagner e Geddel. Você acha que isso pode prejudicar Wagner?
Jonas Paulo – Nós somos um partido nacional, operamos nacionalmente, por isso, entendemos que o povo já sabe qual é candidatura que tem identificação com o presidente Lula, é uma questão de ‘DNA’… Não temos dúvidas da nossa relação com a candidatura de Dilma, pois ela não é episódica, nem conjuntural.

Pura Política – Jonas deixe uma mensagem para nosso internautas, nesse momento tão próximo das eleições…
Jonas Paulo - Eu quero dizer que o Brasil vive um momento extraordinário, ímpar na sua história. Precisamos decidir corretamente o destino da nossa nação nesse momento de pós-crise, que conseguimos superar graças ao nosso governo. Tenho certeza que o povo baiano vai responder mais uma vez, com expressiva maioria, a esse projeto nacional tão valioso reelegendo nosso governador. Vamos fazer um outro ‘2 de Julho’, com a ministra Dilma encabeçando o Brasil e Jaques Wagner a Bahia.

2 comentários:

  1. Vocês são iguais a um Câncer destroem tudo e não tem cura. Deveriam ser exterminados do mundo.

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  2. Junior ta querendo entrar para política kkkkk

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